sexta-feira, 7 de junho de 2013

Você é capaz de ser tão louca quanto ele. Nunca se sabe a hora que uma mulher resolve jogar as emoções pro alto e com perdão da palavra, cair na vida. Afinal, qual o lado bom de ser santa por uma vida inteira sem antes ter tomado um choque térmico do outro lado da calçada. E porque não se deve trair uma vez por ano? É só um casinho sem importância, um sexo quente, sem derreter o coração. Só um pouco de perigo numa vida tão culta, onde tudo esta no lugar certo, sem ventos soprando ao contrário, o relacionamento perfeito, o tiro certo que matou a tristeza e tudo ficou assim, como no fim da tarde quando o céu se funde com o azul do mar e tudo fica uma coisa bonita que só.
É só extravasar um pouco. De onde você tirou a ideia de que ele é um parceiro exemplar de trajeto praxe, casa pro trabalho. Na última sexta ele chegou duas horas atrasado pro jantar, você lembra? E tudo bem pra você, ele merece um robie loiro de vez em quando. Não, tudo bem não. Se ele merece, trabalhe com reciprocidade. Vocês são inabaláveis.
E olha só pra você, mulher. Já chegou até aqui, já fisgou o gato, já pagou até a conta do quarto com antecipação para que nada no mundo faça você desisti. É só hoje, te dê essa chance. Realize essa sua fantasia. Pense como uma maneira para acender de novo a fogueira do seu relacionamento de três anos e meio, onde o insosso dar lugar a uma mulher mais ardente. Uma amante mais curiosa. Aproveita. E além do mais, quem irá julgar você? Ninguém. Você sempre foi essa mulher perfeita, promissora, inteligente e lúcida. Ninguém enxerga em você essa frustração de uma menina que se esqueceu de fazer quinze anos.
O perigo tem um gosto bom, está vendo só o jeito que esse desconhecido de olhos claros consegue te deixar em êxtase? Não, deixa de bobagem, isso é só sexo. Amor, você faz com o seu homem. Esse homem aqui nem é seu, que chega a ser de quem quiser depois de hoje. E ele está super. Ciente que você tem uma vida pra levar, um noivo ligando a cada quarto de horas, com a suposta sensação de que você deve estar sei lá, no cabeleleiro. Joga-se menina de Deus. E nem dá mais pra pedir arrego, o ultimo vertigem de uma mulher de classe já foi ao chão junto com os outros pertences seus e do homem que sabe como satisfazer uma mulher. Não, não feche os olhos. Você não está fazendo amor. Você entrou nesse recinto cheios de espelhos e cheiro vagabundo para conhecer um pouco do que é sacanagem.
Pronto. Um pouco de suor, culpa e alívio por infelizmente ter acabado. Foi bom pra você? Oquéi, é disso que estou falando. E olha só, a sua vida perfeita continua intocável e você ganhou mais um pouco de coragem pra correr riscos. Faz parte dessa coisa de ser humana.

Jeisy Costa


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