sábado, 31 de janeiro de 2015

Vai devagar…

"Vai devagar… Pensa duas, três, quatro, quantas vezes forem necessárias pra não fazer bobagem. Cuida do teu coração, cuidado com quem você deixa entrar. Espera o tempo passar. Acredita menos… As pessoas não são tão legais quanto aparentam ser. Quem acredita menos, sofre na mesma proporção. Até quando você achar que é verdade, desconfie um pouquinho. Faz bem não se entregar totalmente logo de cara. Se arrisca mais, por você. Tenha coragem para dizer tudo que tens aí guardado. ...Seja forte para conseguir se manter calada perante alguns. Muda de rumo. Quando te mandarem ir por lá, vai pelo outro caminho. Ou vai apenas, pelo caminho do teu coração. Se você não aguentar mais fingir… Chore. Depois que você acabar de chorar, vai sentir-se mais leve. E então vai levantar a cabeça, lavar o rosto, pôr uma roupa bonita no corpo, um sorriso escandalosamente lindo no rosto e dizer que chega, que você vai é ser feliz. Eu sei, é assim mesmo. E vai funcionar! Não diga “nunca”, nunca. Irônico, não? Mas não diga. Porque essa vida é incrivelmente engraçada. Mais uma coisa. Você não pode ter medo que as pessoas te machuquem, viu. Porque as pessoas vão te machucar de vez em quando, até mesmo aqueles que você mais confia e admira. Não vão fazer por mal, mas somente porque são humanos. Cometemos erros ridículos com pessoas maravilhosas. Faz parte. Não esquece que cada um é cada um. Somos diferentes. Graças a Deus, somos. Vive um dia por vez, sem pressa e sem querer ser mais rápida que o tempo. E por favor, vai ser feliz, que tu ainda tem muito por viver."

Caio Fernando Abreu
 

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Ela é tão cheia de sonhos, de vontades de fazer acontecer, de amar mais um pouco, de abraçar um pouco mais de tempo. De dar beijos mais longos, de ficar mais 5 minutinhos na cama, de tomar um xícara de café com calma, de escrever o que pede o coração. Ela tem pouca paciência pra gente vazia que enche o saco com falta de afeto. Ela cisma em tentar mais uma vez, mesmo que já seja a enésima desde a p...rimeira tentativa frustrante. Faz mil planos antes de dormir, faz questão de pendurar lembretes pela casa porque tem medo de esquecer tudo que o dia precisa preencher. Ela vai e vem com o passar dos dias, fica pra ver o pôr do sol, tem dias que não sabe se consegue levantar da cama, mas desobedece à si mesma, e age. Ela tem a teimosia de acreditar nas pessoas e chora sempre que paga o preço por ter se decepcionado, mas ela segue em frente e não deixa a vida repetir todos os dias, ela faz os dias serem inéditos a cada segundo passado. Ela é cheia de sonhos, mas é feita de realizações.

  Joany Talon
 
Nunca fui a favor daquele amor que parte de teorias. Não acredito no amor que tenha nascido de razões, de vontade já preestabelecidas. Amor tem que ser à vista. Vontades eu trago à prazo. Faço questão de caminhar com os pés descalços.
Porque amor é simplesmente assim. Bate à porta sem prévio aviso. E o que você dirá? Volte depois, a casa está desarrumada? Não adianta oferecer paisagens, amor só se sustenta com um mundo inteiro.
Amor não diz o que é, tampouco a que veio. Isso ...é missão nossa. Amor se dá, mas não se desvenda. Buscamos descobrir seus segredos, e isso é mais que justo, pois não desejamos mergulhar em um mundo de incertezas, mas pecamos ao esquecermos que a incerteza é a gasolina do amor, e isso é lindo, pois casal que não se nutre de incertezas não é mais casal. Transformam o amor em conveniência, em contrato, desfazem vidas, desatam desejos. A melhor maneira de planejar o amor é deixando que o amor nos planeje.
É chato, é clichê, mas não tem jeito; não compreendo quem calcule a chegada do amor. Mais: não entendo quem desvirtue sentimentos quando o amor já se faz presente. Algo parecido com 'o amor chegou, mas ainda não é hora', e é óbvio que não é hora, pois jamais haverá hora, e não faz qualquer sentido nos oferecermos apenas quando estamos cem por cento, até porque não sabemos quando isso ocorre. Imaginamos, mas não sabemos.
A verdade é que o oposto do amor não é o ódio nem a indiferença. O oposto do amor é o cálculo. No cálculo há o amor recíproco, há a vontade de estar junto, de dividir olhares, de compartilhar a respiração, há o desejo de construir futuro. O problema é que colocamos vaidades e vergonhas à frente, conduzimos de maneira errada, somos maduros no amor quando deveríamos ser crianças. Passamos a dividir saudades. Na indiferença você passa batida. No cálculo você para e fica. Compromete seu céu.
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Isso me lembra Paralamas do sucesso: "Ela disse adeus e chorou, já sem nenhum sinal de amor". Ora, ninguém dá adeus e chora sem que haja nenhum sinal de amor. Herbert deixa isso claro. É blasfêmia amorosa. Significa ter amor mas não predestinar, e sim preconceituar. Ela amou mas calculou; tendeu ao fim.
A indiferença atinge um. O cálculo maltrata os dois.
Calcular amor é enganar si próprio. É dizer não quando o sim já tornou-se onipresente. Não calculo o amor porque minha conta é dedutiva e incerta, sem medidores, já na primeira respiração e no primeiro sorriso.

 Brunno Leal
 

''Quando um garoto ama de verdade uma garota, ele muda."

''Quando um garoto ama de verdade uma garota, ele muda. Deixa de lado todas as outras coisas, pra fazer feliz aquela que faz seu coração bater mais rápido.”
Essa foi a primeira frase que li quando acordei hoje cedo. Alguém curtiu ou compartilhou no facebook. Aliás, tentem parar um pouco de fazer isso por lá. Às vezes acho que estou no tumblr ou em algum blog de comédia. Não é legal nem engraçado quando todos os seus amigos colocam a mesma coisa por semanas. Bom, voltando ao t...ema do post.
Li a frase e fiquei pensando nisso por alguns minutos. Será mesmo que o cara realmente precisa deixar de lado todas as outras coisas pra fazer a garota que ama feliz? A frase me parece tão egoísta. Sério que pessoas esperam isso de um relacionamento? Tá errado gente!
Se tem uma coisa que meus dois últimos namoros me ensinaram, é que o amor não deve nunca se transformar em obrigação. O sentimento base de qualquer relacionamento é a parceria. Ninguém pode carregar o outro no colo e deixar todo o resto de lado. Isso sufoca demais. Sem um equilíbrio, todo e qualquer assunto se transforma em briga e pressão. Vai por mim, cobrança exagerada é na verdade falta de auto-estima camuflada.
Aprendemos desde cedo como nos virar sozinhos. Enfrentamos muros e monstros pra poder bater no peito e dizer que somos independentes. Nenhum relacionamento muda isso. Quero dizer, não nascemos de novo quando conhecemos alguém. Podemos até descobrir uma nova maneira de ver a vida, mais feliz e alegre ou sei lá, amadurecer e nos tornarmos adultos de verdade, mas isso não é motivo e nem justificativa pra fazer do cara a última molécula de oxigênio do planeta. E mesmo se fosse. Ela não seria só sua.
Se a garota já começa querendo que o cara mude completamente, quer dizer que ele não é o cara certo. Em que séculos estamos? Foi-se o tempo em que os relacionamentos que dão certo eram apenas aqueles cheios de sacrifícios e promessas. Não deixar o cara viajar com a família, passar a tarde toda jogando ou sair às vezes sozinho com os amigos é como levantar uma plaquinha com as palavras “Termina comigo? Sou um saco!”.
Anota aí: Sempre existirão outras coisas, outras pessoas, outros lugares nesse mundo. O segredo é deixar ele descobrir tudo isso sozinho, e ainda sim, preferir você.

 Bruna Vieira
 
Almocei ao lado de um casal. Ela dizia “você não tem atitude”. E ele ficava quieto. Ela dizia “custava ter se oferecido pra me levar, você sabia que eu tava nervosa”. Ele só coçava a testa. Ela dizia “cê pagou quanto”. Ele fazia com os dedos “três”. Ela gritava “três paus??? tá vendo, cê tem preguiça de procurar”. Ele enfiava a cabeça na palma da mão esquerda. Ela dizia “cê vai querer tentar?” Ele olhava o cardápio. Dai ficaram em silêncio uns vinte minutos. Até que ela falou “seu suco não veio, quer o meu?”. E ele quis. Amar um homem é, basicamente, desistir.

(Tati Bernardi)