segunda-feira, 13 de maio de 2013

Me rejeitam pelos meus quilos a mais, por eu ser desbocada e ser descarada. Me rejeitam por falar o que penso, por andar nos caminhos tortos e não medir esforços pela justiça. Me rejeitam pela cor do meu cabelo, pela inveja do meu brilho e pela amizade que me rodeia. Me rejeitam pela religião que já segui, pela minha preferência musical e pelo meu time de futebol do coração. Me rejeitam pela forma que coloco meus sentimentos em palavras, pela minha arrogância e pelo meu jeito mimada. Me rejeitam por eu não ser o tipo da mulher certa, por não vestir a roupa adequada na visão da sociedade e não poupar amor a quem deva merecer. Me rejeitam por frases questionáveis em momentos de surto ligeiro, por se antipática com quem eu deva ser e por dizer o que ninguém tem coragem. Me rejeitam por ser louca, rebelde e sensível. Me rejeitam por chorar demais, reclamar demais e viver com o amor no peito, mesmo que a tristeza já tenha passado por lá. Me rejeitam por escrever, fumar meu cigarro e me embriagar nos dias de festas. Me rejeitam por não fazer parte de uma sociedade hipócrita, por não fazer parte de uma crença e não rir da infelicidade dos outros. Portanto, quanto mais me rejeitam, mais eu concordo (mesmo não aceitando) que as pessoas que querem ter ver longe, não são fortes o bastante para aguentar uma mulher emocionalmente de fibra como eu.

Joyce Xavier

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